O levantamento Founders Overview 2024 da ACE Ventures e Sebrae Startups revela que 61% dos fundadores de startups no Brasil têm entre 35 e 54 anos. Esse perfil indica que muitos empreendedores estão transformando desafios vividos em corporações para novas oportunidades de negócio e aproveitando contatos do mercado para impulsionar suas startups.
A pesquisa, que entrevistou cerca de 900 empreendedores, com faturamentos variando de R$360 mil a mais de R$300 milhões, revela uma diversidade de perfis entre os fundadores. A faixa etária predominante entre os respondentes é de 35 a 44 anos, representando 35,3% do total, seguida pela faixa de 45 a 54 anos com 25,9%. Por outro lado, apenas 3,6% dos empreendedores estão na faixa etária de 18 a 24 anos, e apenas 0,1% são menores de 18 anos. Os empreendedores com 55 a 64 anos correspondem a 11,8%, enquanto aqueles com 65 anos ou mais representam 3,1%.
O perfil dos fundadores brasileiros está se tornando cada vez mais qualificado e experiente. Entre os entrevistados, 44,5% ingressaram no empreendedorismo após experiência no mercado corporativo, 17,5% já haviam empreendido em outros setores, 12,3% atuaram como profissionais autônomos, 8,4% são ex-funcionários de startups, 6,3% vêm do funcionalismo público, e apenas 4,2% não tinham experiência profissional prévia.
O levantamento também revela um leve aumento na participação feminina, com 28,1% das fundadoras em 2024, comparado a 23,6% em 2023. No entanto, a maioria dos fundadores ainda se declara como homens, representando 71,5% dos entrevistados. O público não binário representa 0,3%.
Entre as principais motivações para empreender, destacam-se: o desejo de fazer a diferença no mundo (77,6%), a busca por maior retorno financeiro (35,3%), a oportunidade de liderar (17,9%) e a busca por maior flexibilidade no trabalho (15,7%).
Áreas de atuação e tendências
O relatório Founders Overview 2024 revela uma distribuição variada das startups em diferentes setores. Os dez principais segmentos são: Edtech (8,75%), Fintech (6,85%), Retailtech (5,95%), Construtech/Proptech (4,6%), Greentech (4,49%), HRtech (3,93%), Agtech (3,82%), Martech/Adtech (3,7%), Foodtech (3,48%) e Biotech (3,25%).
O crescimento das startups focadas em educação é notável, refletindo uma necessidade crescente de atualização e desenvolvimento de habilidades diante das rápidas mudanças tecnológicas. As Fintechs, Retailtechs e Construtechs mantêm suas posições de destaque, refletindo a importância contínua de questões financeiras, consumo online e demanda por moradia. Além disso, novas startups focadas em tecnologias e soluções verdes surgem como resposta às preocupações com a emergência climática global.
Distribuição das startups
A região Sudeste continua a ser o principal polo de startups no Brasil, com 55% das empresas localizadas nessa área, embora esse número tenha diminuído em relação aos 66,7% do ano passado. Por outro lado, as regiões Sul e Nordeste mostram crescimento, com a participação do Sul aumentando de 16,4% para 22,5% e a do Nordeste subindo de 10,8% para 12,5%. As regiões Centro-Oeste e Norte representam 5,12% e 4,15%, respectivamente.
A concentração de startups em diferentes estados reflete as características econômicas e demandas regionais. Por exemplo, no Espírito Santo predominam startups GreenTech, no Rio Grande do Sul há uma concentração de EdTechs, e Paraná e Bahia possuem um número significativo de Construtechs/PropTechs.
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