Influenciadores de finanças somam 176 milhões de seguidores e terão que seguir regras para publicidades

A Anbima anunciou um conjunto de regras que os "finfluencers" terão que seguir a partir de 13 de novembro.

O número de influenciadores de finanças chegou a 515 no primeiro semestre de 2023, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Abima). Este número é idêntico ao registrado no final de 2022, mas houve um aumento de 6% no número de seguidores, totalizando 176,3 milhões. E para controlar a qualidade das informações fornecidas, a Abima estabeleceu novas regras de publicidades para esta categoria. 

Os dados foram extraídos da pesquisa “FInFluence – Quem Discute Investimentos nas Redes Sociais,” conduzida pela Abima, em colaboração com o  Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (Ibpad). O número total de seguidores compreende a soma dos seguidores dos influencers em diversas plataformas, incluindo X (anteriormente conhecido como Twitter), Facebook, Instagram e WhatsApp.

Esta é a quinta edição da pesquisa, e o atual número de seguidores representa um aumento de 140% em comparação com a primeira edição, que incluiu o período entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021. No período, haviam 266 “finfluencers” e 74 milhões de seguidores. Segundo a Anbima, isso demonstra o crescimento contínuo da popularidade do marketing de influência no cenário de investimentos no Brasil.

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Influenciadores de finanças e instituições

Dos 515 influenciadores atuais, 249 possuem alguma forma de relacionamento com participantes do mercado. Em que estão inclusas corretoras, gestoras e bancos, conforme revelado pela pesquisa da Anbima em colaboração com o Ibpad.

Em relação às instituições com mais influenciadores, a XP continua na liderança, mantendo 16 parcerias. Ela é seguida pelo Banco Sofisa e pelo BTG Pactual, com dez parcerias cada. Essas duas últimas instituições aumentaram consideravelmente o número de parcerias em comparação com o levantamento de 2022, onde tinham seis e sete parcerias, respectivamente.

Quanto às parcerias publicitárias, foram registradas 364 no primeiro semestre deste ano, até onde a Anbima pôde rastrear. A pesquisa aponta que as relações comerciais entre influenciadores e o mercado nem sempre são divulgadas de forma transparente, o que pode explicar a dificuldade de rastreamento.

Por isso, a Anbima implementou regras em 2023 para os membros da organização.

Regras para “Finfluencers”

As novas regras para a categoria passam a valer a partir de 13 de novembro e incluem a obrigação dos influenciadores de informar de forma clara que uma postagem patrocinada é uma publicidade, além de revelar qual instituição financeira está por trás disso.

“Será considerada válida a menção verbal ou escrita na própria publicidade ou a inclusão de hashtags que deixem claro que se trata de publicidade e identifiquem o patrocinador (#parceria e #nomedainstituição),” afirma o manual da Anbima.

Outra grande mudança é a responsabilidade das instituições contratantes sobre os influenciadores e o conteúdo que eles veiculam, assegurando a veracidade das informações e a completa transparência, de forma a não induzir os investidores a erro.

Além disso, as instituições devem garantir que seus contratados possuam as certificações necessárias, quando aplicável, para abordar o conteúdo em questão. Sem a certificação exigida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os influenciadores não podem fazer recomendações de investimentos específicos, apenas fornecer explicações didáticas.

As instituições também devem fornecer e manter atualizada uma lista dos influenciadores contratados enviada à Anbima. 

  • Mayrla Stayce

    Repórter estagiária em formação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

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