Saúde mental: 65% dos usuários acham que as redes sociais são tóxicas

Pesquisa realizada pela Opinion Box e História de Ter.a.pia aponta também que 61% das pessoas preferem trabalhar em empresas que oferecem programas sobre saúde mental.

Uma pesquisa revelou que 65% dos usuários da internet acreditam que as redes sociais podem ter um impacto negativo na saúde mental. E 57% acreditam também que os influencers digitais têm influência sobre a saúde mental daqueles que os seguem.

Esses dados são da pesquisa “Saúde Mental e Bem-Estar”, realizada pela Opinion Box em colaboração com Histórias de Ter.a.pia. O estudo entrevistou 2.119 pessoas de todas as regiões do Brasil e de diversas classes sociais. Dentre os participantes, 94% são usuários ativos das redes sociais e, deste grupo, 67% afirmaram seguir influenciadores digitais.

Redes sociais e saúde mental

A pesquisa revelou que cerca de 32% dos entrevistados consomem conteúdos relacionado à saúde mental e bem-estar no ambiente digital. Além disso, 23% dos que usam redes sociais seguem influencers que abordam esses temas.

Já 62% afirmaram ter tido suas opiniões sobre saúde mental modificadas após serem impactados por influenciadores. Entretanto, 56% das pessoas expressaram a preocupação de que o conteúdo sobre esse tema na internet nem sempre seja confiável.

A relação entre redes sociais e saúde mental é evidenciada quando 80% dos entrevistados deixaram de seguir algum influenciador que tratou de forma irresponsável temas relacionados à saúde mental. Além disso, 33% acreditam que é de grande importância que influenciadores, independentemente de seu nicho, criem conteúdos sobre o tema.

Profissionais de saúde mental foram procurados por 1 em cada 4 pessoas após terem sido impactadas por conteúdos encontrados na internet. Esse número aumenta para 33% entre pessoas com idades entre 16 e 29 anos.

Trabalho e saúde mental

A pesquisa também investigou a relação entre trabalho e saúde mental, revelando que 40% dos entrevistados acreditam que o trabalho tem um impacto negativo em seu bem-estar, enquanto 28% alegam que suas empresas atuais não demonstram preocupação com a saúde mental. Em contrapartida, 40% acreditam que suas empresas estão de fato preocupadas com o tema e 32% ficam em uma posição intermediária.

Entre as ações promovidas pelas empresas para abordar a saúde mental, destacam-se palestras, webinars e eventos com foco nesta área (20%), além de boletins informativos sobre cuidados com a saúde mental e equipe psicológica ou de saúde à disposição, ambos com 18% de destaque.

A terapia oferecida por meio do plano de saúde é uma realidade em 17% das empresas, enquanto reuniões e atendimento com o departamento de Recursos Humanos, com enfoque na saúde mental, ocorrem em 13% das organizações.

Outras iniciativas incluem a implementação de canais de telefone para emergências (9%), a contratação de plataformas especializadas em terapia online (8%), e o reembolso parcial ou integral de terapia pago pela empresa (6%).

No entanto, 38% dos entrevistados indicaram que suas empresas não adotam nenhuma prática relacionada à saúde mental. Significativamente, 61% dos entrevistados expressaram a preferência por trabalhar em empresas que ofereçam programas voltados para o cuidado da saúde mental.

  • Mayrla Stayce

    Repórter estagiária em formação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

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