Social Listening é usado por 78% dos profissionais para monitorar marca, produtos e concorrentes; confira detalhes da estratégia

A Pesquisa Brasileira de Social Listening revelou que a principal dificuldade do mercado está na restrição de coleta de dados.

O uso do social listening em empresas e agências de publicidade já é uma realidade. A Pesquisa Brasileira de Social Listening, conduzida pela Sonar Listening, revelou que 78% dos profissionais já utilizam essa abordagem para monitorar a marca, produtos e concorrentes. O estudo também apontou os desafios, objetivos, ferramentas e outros detalhes sobre o mercado de social listening no Brasil. 

Além de servir como um termômetro para a marca, 70% dos profissionais revelaram que utilizam a estratégia para monitorar conversas sobre temas específicos. Já 62% usam para acompanhar comentários relacionados a eventos.

No aspecto estratégico, 59% aplicam essa abordagem para avaliar a receptividade de campanhas, analisando o desempenho dos conteúdos e a percepção do público em comentários e publicações nas redes sociais. A prática também é adotada (57%) para pesquisar o que está sendo dito sobre os produtos ou serviços dos concorrentes nas mídias sociais.

O estudo entrevistou 365 participantes, dos quais 275 estão envolvidos no planejamento ou execução de iniciativas de social listening. Além disso, 60 consomem entregas que envolvem essa prática, enquanto 30 vendem projetos e oferecem suporte em relação a ferramentas da estratégia.

Por definição, o social listening é uma estratégia empregada nas redes sociais para identificar comentários e conversas relacionadas a uma marca. No entanto, ao questionar profissionais de mercado, as respostas convergem para quatro termos fundamentais: monitoramento, estratégia, dados e pesquisa.

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Rotina de Trabalho com Social Listening

Apesar do social listening ser frequentemente associado as conversas em tempo real, principalmente em situações de crises e eventos, a pesquisa destaca que as entregas mensais são as mais comuns, sendo 82% das práticas.

Em segundo lugar, estão os relatórios semanais (65%) e os solicitados sob demanda (64%).  Os dashboards são o quarto tipo de entrega mais frequente no geral, alcançando 50%. Em seguida estão as entregas de relatórios anuais (33%) e diários (31%). Por último entre as tarefas estão relações semestrais (24%) , bimestrais (12%) e número, popularidade e criatividade das interações (16%).

Ao analisar as atividades que competem pela atenção dos profissionais, 95% apontaram que a elaboração de relatórios e outros entregáveis consome um período razoável ou muito tempo. Outras tarefas que demandam tempo considerável limpeza e tratamento de dados (72%), classificação de temas e tags (69%).

A elaboração de storytelling e refinamento de dataviz aparece logo atrás (68%), seguida por tarefas como produção de dashboard (65%), classificação de sentimento (61%), e coleta de dados manual (57%). Configuração de ferramenta (56%), busca e resposta de interações (38%) e refazer trabalho por falta de alinhamento prévio (36%) aparecem no final da lista, demonstrando menor incidência.

Desafios enfrentados

A principal dificuldade enfrentada pelo social listening, segundo 70% dos entrevistados, é a restrição na coleta de dados por meio das APIs. Em seguida, e correlacionado diretamente ao primeiro desafio, o surgimento e a popularização de novas mídias sociais, como TikTok e Kwai, sem APIs estruturadas para a estratégia.

Outras barreiras apontadas pela pesquisa incluem a escassez de profissionais capacitados para operar as ferramentas, dificuldades na venda de projetos de social listening para novos clientes e desafios em demonstrar valor por meio das entregas e ferramentas. Um ponto adicional destacado foi a necessidade de reformular as práticas para se adequar à legislação, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No entanto, o estudo não divulgou a porcentagem das respostas que citaram os outros motivo, além da restrição de APIs.

A análise revelou que a maioria das avaliações de social listening (84%) ocorre fora dos canais proprietários, no chamado “mar aberto”. Por outro lado, 72% ocorrem nos comentários dentro dos canais dos proprietários.

As observações se dividem entre proprietários e concorrentes, com 65% ocorrendo em posts e perfis nos canais dos proprietários e 47% nos canais dos concorrentes. Comentários nos canais dos concorrentes representam 35%, enquanto mensagens e caixa de entrada do proprietário também alcançam essa porcentagem.

Soluções para o Social Listening

Diante das dificuldades identificadas, a pesquisa também pergunta aos entrevistados que consomem as entregas o que poderia agregar mais valor ao social listening. Entre as respostas, 52% destacaram a necessidade de uma elaboração mais robusta de data storytelling e 48% salientaram a importância de uma metodologia mais aprimorada.

Já 47% enfatizaram a importância de relatórios mais precisos em relação às perguntas e objetivos. Seguido por 28% que ressaltaram a importância de um relacionamento mais próximo entre prestadores e demandantes e 10% que  expressaram o desejo por entregas mais rápidas, enquanto 8% mencionaram outros pontos.

O estudo também destacou o valor do alinhamento estratégico. Entre os produtores, 36% relataram dedicar um tempo considerável para refazer o trabalho devido à falta de alinhamento prévio. Já entre os consumidores, 47% esperam relatórios mais assertivos em relação às perguntas e objetivos.

Dessa forma, o estudo conduzido pela Sonar Listening sugere que a condução eficiente do briefing e a maturidade do cliente emergem como fatores-chave para aprimorar a qualidade das entregas. Também podendo solidificar a elaboração do data storytelling e aumentar a percepção de valor do social listening. 

 

  • Mayrla Stayce

    Repórter estagiária em formação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

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